Breno Oak
#001 - A Arte de Masterizar
Olá, aqui é o Breno.
Faz tempo que eu não apareço aqui no seu e-mail mas já faz algumas semanas que eu estava pensando em voltar a criar conteúdo na Oak Letter.
Aqui os conteúdos são mais profundos, mais pessoais, sem objetivo de engajar ou atrair seguidores.
Sinto que aqui eu sou mais eu.
Então à partir de hoje pode esperar 1 ou 2 e-mails meus por semana.
Espero que goste do conteúdo de hoje, boa leitura.
A arte de masterizar
Ontem uma seguidora chegou até mim no direct do Instagram e disse:
“Breno, tentei gravar um vídeo para meu novo canal no YouTube mas sinto que não ficou muito bom. Posto mesmo assim?”
Antes de contar qual foi a minha resposta, quero te contar o que aprendi com um cara chamado Rick Rubin.
Rubin é um produtor musical famoso que está por trás de muitos dos melhores álbuns desde o início dos anos 80. Ele trabalhou com Johnny Cash, Eminem, Adele, Kendrick Lamar, Beastie Boys, Red Hot Chili Peppers, Lizzo, Tom Petty e muitos outros.
Embora sua discografia tenha páginas longas, quando está trabalhando em um álbum, Rubin não tem pressa.
“Passo muito tempo trabalhando em um material antes de pensar em entrar em um estúdio para gravar”.
Normalmente, um artista escreve um lote de dez a doze músicas antes de tocá-las para Rubin.
“Quando eles tocam as músicas para mim, invariavelmente as duas últimas músicas que eles escreveram são as melhores.”
Então Rubin diz à eles: "Você tem só tem duas músicas, vá escrever mais." Alguns artistas ficam frustrados com isso.
Rubin responde: “Se você escrever 30 músicas, há uma chance maior de que 10 músicas do seu álbum sejam boas do que se você apenas escrevesse 10.”
Se você tiver uma enorme quantidade de soluções para alguma coisa, há uma chance maior de você encontrar a melhor solução.
Por causa desse longo processo de pré-produção, Rubin costuma dizer: “É o tempo investido criando, refazendo, peneirando e buscando alternativas que realmente faz a diferença. Às vezes levamos algumas semanas fazendo isso, às vezes alguns meses, às vezes preciso de um ano de preparação para só então entrar no estúdio e gravar o álbum inteiro em 4 dias.”
Isso me lembrou uma expressão:
“Se você me der 7 dias para cortar uma árvore, eu vou passar os 6 primeiros afiando o machado”.
Afiar, testar, gravar, regravar,… quanto mais você testa e se expõe antes de fazer algo pra valer, mais chances de sucesso você tem.
Eu lembro quando fui dar a minha aula no O Novo Mercado. Dei aula para quase 40 mil pessoas ao vivo e sem cortes. Para muitos alunos, aquela foi e ainda é uma das melhores aulas da escola dentre quase 300 aulas.
Eu não cheguei lá com a pauta recém criada.
Eu já havia dado aquela mesma aula pelo menos umas 30 vezes. Para mentorados, em palestras, no meu curso,… Eu sabia praticamente decor cada palavra de uma aula de 1 hora de duração.
A chance da minha entrega ser impecável era muito maior do que se eu estivesse escolhido um tema e roteiro novo.
Existe uma palavra pra isso: masterizar.
Minha definição: Ficar tão bom a ponto de que os outros olhem e pensem que é fácil fazer ou pelo menos de que é fácil pra você fazer.
Você provavelmente já deve ter visto aqueles vídeos de cozinheiros cortando alimentos em uma velocidade absurda como se fosse a coisa mais natural do mundo.
Isso é masterizar.
Ele repetiu tantas vezes que ficou automático. Ficou natural.
Bom, voltando a pergunta da seguidora no meu direct…
“Breno, tentei gravar um vídeo para meu novo canal no YouTube mas sinto que não ficou muito bom. Posto mesmo assim?”
Minha resposta foi a seguinte:
“Bom dia fulana,
Existem dois caminhos para que você chegue até a conclusão do que fazer.
O primeiro é o anti-perfeccionismo, o famoso “feito é melhor que perfeito” e postar mesmo assim. Coloque pra fora, veja como se sente, veja como as pessoas vão reagir e faça melhorias contínuas a cada vídeo novo postado.
O segundo caminho é o do preciosismo/masterização.
Você gravou um vídeo, uma tomada usando um único roteiro.
Já que está insatisfeita, porque não regravar? Porque não readequar o roteiro? Porque não testar outro ângulo?
Talvez na segunda tentativa de gravação você olhe o resultado e pense “não está como eu queria mas está melhor do que a primeira”.
Na terceira tentativa “Está melhor do que as duas anteriores”.
Concorda que quanto mais tentativas você fizer, maior as chances de postar um bom vídeo?
Se você aprender a tomar este tipo de decisão ponderando os dois caminhos você evita a procrastinação por perfeccionismo e cria bons vídeos, projetos, textos, apresentações”.
Ela me respondeu que gravaria mais algumas tentativas até que se sentisse um pouco mais segura.
A ideia é lapidar até que fique bom o suficiente para colocar pra fora e ficando em uma zona boa de qualidade para que não se torne perfeccionismo.
Quem que assina o RDE sabe que eu sou muito visual e gosto de criar imagens e gráficos pra tudo, então aqui vai:

Isso é a arte de masterizar até ficar em na zona ideal.
Ajuda a eliminar a insegurança
Você cria algo não só decente mas realmente bom
Assim você não procrastina buscando a perfeição
Permite melhorias ao longo do tempo em busca na masterização
Se você gostou do conteúdo de hoje e desse formato, mando um “alô” lá no insta ou faz um story e me marca.
Eu quero muito que esse canal dê certo e pra isso preciso ouvir feedback da sua parte.
Espero que você tenha uma quinta-feira adorável por aí.
Breno Oak

Obs: eu sempre vou mandar uma foto minha no momento que escrevo o texto. Um escritor gringo que eu gosto faz isso e vou fazer o mesmo daqui pra frente. Traz um tom de maior de pessoalidade e nos aproxima.
Até a próxima Oak Letter.